poema da despedida
não saberei nunca
dizer adeus
afinal,
só os mortos sabem morrer
resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos
agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca
nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
ainda assim,
escrevo
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