esperança
outro dia, passei embaixo da tua janela.
e foi tão fácil lembrar de você.
a memória foi,
solta
solta
como a menina que saltava do carro,
apressada de tanta paixão,
e se punha a chamar teu nome.
por mais que você nunca demorasse,
o descanso só vinha com teus olhos azuis,
que se abriam no alto, entre o céu e eu,
junto com o sorriso mais sincero.
a cena se repetia a cada visita,
exceto em um dia ou outro,
de humores mais arredios.
no mais, era muito fácil me apaixonar por você.
e a recordação é tão suave,
que a simples descrição
tem um tom quase infantil
hoje, o nosso amor está em outro lugar
e isso não é um problema
mas essa que sou eu agora
com o peito roído de outras histórias
com o peito roído de outras histórias
se acalenta na tua lembrança
no tempo daquela coragem
no tempo em que não existia o medo
de me deixar comover
no tempo daquela coragem
no tempo em que não existia o medo
de me deixar comover
[como você gosta de dizer por aí
vim te ver
só pra lembrar
quem sou eu]
vim te ver
só pra lembrar
quem sou eu]