quarta-feira, 27 de junho de 2012

domingo, 17 de junho de 2012

1.



à noite, as coisas mudam de lugar

gosto de andar pela noite
com você ao meu lado
nesse passo que se despede da pressa
e recupera a velocidade
da vida de uma estrela
que, com antigo apreço,
observa a vida dos homens

nessa hora,
se desfaz a paisagem ressentida
de mais um dia na cidade
repleto de afazeres distraídos e
tão distantes da intimidade
com as coisas
com a gente

percebo então,
que não é preciso
ter tanto cuidado com o relento
pois é só o orvalho que está por vir
é o silêncio úmido
o acalento de tudo o que se escondia
antes da escuridão

seguro teu braço
com um carinho
não mais passageiro
e te conto este segredo tão bonito:
à noite, as coisas mudam de lugar

[percebemos juntos que o mundo é cheio
de coisas infinitamente grandes
percebemos juntos que o mundo é cheio
de coisas infinitamente pequenas]