sábado, 11 de abril de 2015

18.


esperança

outro dia, passei embaixo da tua janela. 
e foi tão fácil lembrar de você. 
a memória foi,
solta 
como a menina que saltava do carro, 
apressada de tanta paixão, 
e se punha a chamar teu nome. 
por mais que você nunca demorasse, 
o descanso só vinha com teus olhos azuis, 
que se abriam no alto, entre o céu e eu, 
junto com o sorriso mais sincero.
a cena se repetia a cada visita,
exceto em um dia ou outro,
de humores mais arredios.
no mais, era muito fácil me apaixonar por você.
e a recordação é tão suave,
que a simples descrição 
tem um tom quase infantil

hoje, o nosso amor está em outro lugar
e isso não é um problema
mas essa que sou eu agora
com o peito roído de outras histórias
se acalenta na tua lembrança
no tempo daquela coragem
no tempo em que não existia o medo
de me deixar comover

[como você gosta de dizer por aí
vim te ver
só pra lembrar
quem sou eu]

Um comentário: